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domingo, 8 de julho de 2012

Monopólio da violência




A edição de domingo (1/7) do Estado de S.Paulo ouviu a socióloga Camila Nunes Dias, que em 2011 defendeu na USP tese de doutorado com o título “Da pulverização ao monopólio da violência: expansão e consolidação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no sistema carcerário paulista” (a tese pode ser lida aqui). Ela atribui a “pacificação” de São Paulo (um dos fatores que contribuíram para a redução dos índices de homicídio no estado nos últimos anos) a “um equilíbrio precário de forças, envolvendo os agentes do ‘mundo do crime’, as forças policiais e o sistema prisional”.



Sua opinião sobre a política do governo estadual (Geraldo Alckmin, em 27 de junho, desafiou os bandidos a entrarem em confronto com a polícia, disse que eles estão desesperados, que serão presos, que, se enfrentarem a polícia, “vão levar a pior”): “As ações do governo são, a meu ver, desastrosas”.



Explicação: não há controle das polícias, que aceitam corrupção e violência ilegal; as polícias civil e militar vivem em guerra (adivinhe, plácido leitor, qual é o pomo da discórdia); a expansão do sistema prisional paulista só piora o quadro. “Isso forma o caldo necessário não apenas para o aparecimento de grupos como o PCC, mas para seu fortalecimento e para explosões cíclicas de violência”, afirma a socióloga, professora da Universidade Federal do ABC.



O PCC já tentou eleger seu deputado estadual. Nisso, não teve o sucesso de um Carlos Cachoeira, que supostamente ajudou a eleger governador, senador, deputado, prefeito, vereador em Goiás e Tocantins. Deixado na sombra, o PCC tem melhores condições para se aprimorar no campo político. É o destino de toda máfia.

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