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sábado, 10 de setembro de 2011

TRAGÉDIA EM SANTA CATARINA Desmatamento e enchentes, tudo a ver

Mais uma vez a imprensa noticia transtornos causados pelas chuvas no estado de Santa Catarina. Desta vez, são 14 cidades em estado de emergência, uma em estado de calamidade e 470 mil pessoas afetadas.
No total, 59 municípios apresentam problemas de maior ou menor grau, mas deve-se dizer que não se pode cruzar o território catarinense, por estes dias, sem topar com alagamentos.
O problema já afeta o transporte na principal rodovia do país, que liga o Sudeste aos mercados do Sul. E deve-se levar em conta que ainda estamos longe da época das grandes chuvas.
Lista de desmatadores
O noticiário faz o cuidadoso balanço dos números de desabrigados, daqueles que foram desalojados de suas casas, das unidades residenciais com risco de desabamento, dos deslizamentos de terra e quedas de barreiras, da falta de energia elétrica e das escolas transformadas em acampamentos de emergência. Mas não há uma palavra sobre as razões pelas quais, praticamente todos os anos, o estado de Santa Catarina sofre tanto com as chuvas.
Chove igualmente no Paraná, no Rio Grande do Sul e na região sul do estado de São Paulo nos mesmos períodos, e a imprensa nunca manifesta grande curiosidade sobre as razões pelas quais os danos são sempre maiores em Santa Catarina.
Talvez os jornais devessem publicar um levantamento sobre a perda da cobertura vegetal na região e apresentar o estado de Santa Catarina como o que realmente é: um exemplo do que vai acontecer em todo o Brasil se passar no Senado a proposta de flexibilização do Código Florestal – que, aliás, tem como relator um catarinense, o peemedebista Luiz Henrique da Silveira.
Ex-governador de Santa Catarina, ele foi o principal estimulador do movimento que tenta transferir da esfera federal para os estados a atribuição de legislar sobre questões ambientais. Seu argumento, o de que cada estado tem suas próprias conveniências no que se refere à ordenação da atividade agrícola, não resiste à análise mais leviana, mas ele conseguiu arregimentar a força do agronegócio em torno dessa tese anti-republicana.
Os catarinentes que todos os anos sofrem com as enchentes deveriam ser informados, pela imprensa, de que são vítimas de sua própria incúria. Nos últimos quinze anos, o estado tem frequentado a lista dos maiores desmatadores, com grande devastação registrada entre os anos de 2005 e 2008, período em que Luiz Henrique foi governador.
História de destruição
Os mapas dos desmatamentos em Santa Catarina mostram que a região Oeste do estado, onde nascem muitos dos rios que têm provocado inundações, sofre um processo gradativo de desertificação, com a eliminação da cobertura vegetal. Cerca de 30 mil hectares de Mata Atlântica desaparecem a cada ano, na média da última década.
Nas região mais próxima do litoral, onde os rios passam por zonas mais densamente povoadas, têm ocorrido com muita frequência inundações súbitas, que já provocaram muitas mortes nos últimos anos.
A imprensa costuma registrar com muitos detalhes cada uma dessas ocorrências, e eventualmente as reportagens se referem à destruição das matas ciliares como uma das causas de catástrofes. Mas nunca se lê sobre as razões mais profundas que fazem de Santa Catarina historicamente um estado de predadores ambientais.
Minas Gerais e Paraná também frequentam as estatísticas de desmatamento, mas as imagens do território catarinense são muito mais impressionantes. Mesmo que, nos levantamentos mais recentes, seja possível observar uma queda na perda de florestas, isso se deve em grande parte ao fato de que quase não há mais o que destruir.
Olhar desfocado
Os esforços realizados nos últimos cinco anos em todo o Brasil têm dado resultados e a luta para a preservação da Amazônia, que chama muito mais atenção da imprensa, produz alguns benefícios também em outros biomas, como a Mata Atlântica. Mas o noticiário sobre enchentes deveria estar provocando mais curiosidade nos jornalistas sobre as causas de tantos danos.
Além disso, as reportagens que eventualmente acompanham os debates sobre o novo Código Florestal deveriam destacar a inegável contribuição que tem oferecido à destruição ambiental o senador encarregado de dar as últimas pinceladas na futura legislação.
O texto está para ser votado. A imprensa noticia as consequências da irresponsabilidade, mas não parece enxergar as causas.

Não existe notificação de multa por e-mail

  Nenhum órgão de trânsito faz notificação de multa por e-mail. As notificações, tanto de autuação quanto de penalidade, são feitas por via postal - entregues pelo Correio - com Aviso de Recebimento. Havendo devolução da notificação por desatualização ou endereço incompleto, ao órgão de trânsito se faculta a notificação por edital, publicado no Diário Oficial ou em jornal de circulação no município onde ocorreu a infração. Em nenhuma hipótese, a notificação é feita por e-mail.
   Resumindo: se alguém receber qualquer "notificação" por correio eletrônico indicando a existência de multas - às vezes usando nomes de órgãos autuadores inexistentes - pode descartar a mensagem, cujo propósito é obviamente espúrio.

ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DE SOCORRO DO CBMSC







FOTO:
NOTICIAS:

Para fins de acompanhamento das ações de apoio e reforço do CBMSC às cidades mais atingidas pelas chuvas, informamos que o Corpo de Bombeiros Militar de Rio do Sul recebeu apoio do efetivo do 2º e do 5º BBM (Curitibanos e Lages), com 09 Bombeiros Militares, 02 viaturas e mais 02 embarcações daquela Força Tarefa. Para o mesmo local também foram deslocados mais 07 Bombeiros Militares e 01 Comunitário, além de 03 embarcações. Já o apoio para a cidade de Blumenau está sendo realizado pelos Bombeiros da Academia de Bombeiros Militares de Florianópolis. No “Sistema de Comando em Operações” instalado naquela cidade, o reforço recebido é de 01 oficial e mais 03 cadetes do Centro de Ensino CBMSC. Além disso, a Força Tarefa 06 (Chapecó e Xanxerê), composta por 11 Bombeiros Militares, 11 Comunitário, 11 viaturas e 03 embarcações, já estão na cidade de Blumenau, trabalhando em reforço àquele Batalhão (missão: apoio com equipes para atuar em áreas de deslizamentos). Para a cidade de Itajaí, sede do 7° BBM, o apoio se dá por Bombeiros Militares do Centro de Ensino de Florianópolis, sendo: 01 oficial, 03 cadetes e mais 15 alunos sargentos. Para lá também houve o deslocamento das Forças Tarefas 08 e 09 (Tubarão e Canoinhas), que atuam com 02 oficiais, 24 Bombeiros Militares, 06 viaturas e mais 06 embarcações. O CBMSC apoiou também a Corporação de Gaspar, com o efetivo da Força Tarefa 13 (Balneário Camboriu). São 08 Bombeiros Militares, com 02 viaturas e 02 embarcações. Essas informações da “Operação Netuno” foram repassadas pelo Subcomandante-Geral do CBMSC, Coronel BM Marcos de Oliveira. Ainda de acordo com o último boletim emitido pela Secretaria de Estado da Defesa Civil, às 10h00 de hoje (09/09), os números da enchente são: 65 municípios impactados; 01 com decretação de estado de calamidade pública (Rio do Sul); 14 municípios com decretação de Situação de Emergência (Angelina, Bocaina do Sul, Brusque, Correia Pinto, Ituporanga, Navegantes, Tijucas, Witmarsun, Rio Dos Cedros, Pouso Redondo, Timbó, Leoberto Leal, Caçador, Rio das Antas e José Boitex); há 24.775 pessoas desalojadas, 2.449 desabrigadas e mais 615.041 afetadas pelas cheias.

Secretário César Grubba recebe diretores da Adepol e anuncia criação de grupo de trabalho para tratar a questão salarial





Florianópolis – Secretário da Segurança Pública, César Grubba, recebeu em audiência na tarde de hoje (8) representantes da Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina – Adepol. Em pauta, a abertura de um canal de negociação para tratar de melhoria salarial para a classe e os demais segmentos do sistema de Segurança Pública. Durante o encontro o vice-presidente da Adepol, delegado Mauro Dutra, entregou documento com a proposta de aumento salarial para a categoria. 

Grubba reafirmou o compromisso do governo em manter um diálogo aberto e transparente com todas as entidades de classe da Segurança Pública, e anunciou que, por determinação do governador Raimundo Colombo, será criado um grupo de trabalho para tratar a questão. Ainda de acordo com Grubba, esta comissão será formada por integrantes da Secretaria da Fazenda. Procuradoria Geral do Estado, Casa Civil, Secretaria da Administração e SSP. Este grupo terá a missão de estudar as planilhas e verificar o impacto financeiro na folha de pagamento dos servidores públicos. Nesta sexta-feira o secretário receberá a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis.

Participaram da reunião o Delegado Geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D'Ávila e os delegados Alexandre Kale, Ricardo Casagrande, Carlos Diego de Araújo e Fabiano Toniazzo.

Laguna: policial militar e seu filho são destaques em competição de Karatê



O soldado Flávio Rodrigues, lotado Guarnição Especial de Laguna , foi o campeão da  ll etapa do Estadual de Karatê.


O evento aconteceu dia 27 de agosto na cidade de Treze de Maio, e foi organizado pela Federação Catarinense de Karatê de Competição. A competição faz parte da  ll etapa do Estadual de Karatê.


O  soldado Flávio e seu filho Mateus da Silva Rodrigues obtiveram   bons resultados na competição. Na modalidade Kata (luta imaginária), o soldado conquistou o 1º lugar da categoria Master, levando a medalha de ouro. Já o seu filho  Mateus, na mesma modalidade, ficou em 2ª, obtendo também o 3º em Kumite (luta), categoria com faixa etária de 10 a 11 anos.


Segundo o soldado Flávio, os bons resultados conquistados são um grande incentivo para continuarem treinando. “Continuarei  com dedicação, respeito e disciplina para engrandecer minha cidade e a Polícia Militar", destacou.


Criciúma: PM prende homem com mais de 500 gramas de crack






Policiais militares do 9º Batalhão de Polícia Militar prenderam na manhã de ontem, dia 08, um homem com 502 gramas de crack no bairro Pinheirinho, em Criciúma. Foi a segunda maior apreensão da droga na cidade deste ano.
Por volta das 11 h a guarnição do setor fazia rondas pelo bairro e abordou uma dupla, um de 16 e outro de 23 anos, em atitude suspeita. Com o adolescente foi encontrado um aparelho celular e R$ 98, com o outro rapaz foi encontrado uma sacola plástica com a droga, que renderia aproximadamente 1000 pedras.
O acusado, que já possui passagens por furto, foi preso em flagrante eo adolescente foi encaminhado à Delegacia Especializada.

Bebê de nove meses é encontrado abandonado dentro de carro em Imbituba



Na tarde de ontem (08), policiais militares de Imbituba, no Litoral Sul do Estado, foram chamados para averiguar informações de que haveria uma criança chorando dentro de um veículo estacionado no centro da cidade.  Ao chegar ao local, os Policiais Militares puderam constatar a veracidade dos fatos, onde uma criança de nove meses de idade estava caída no banco traseiro do veículo. As portas do carro estavam trancadas.
Após diversas tentativas de identificação do proprietário do veículo, apareceu no local um homem de 36 anos, o qual afirmou ser o responsável pela criança. Ele disse aos policiais que havia deixado a mesma no veículo para chamar seu primo que estava em uma agência bancária.
Diante dos fatos, ficou caracterizado o crime de abandono de incapaz, previsto no Código Penal Brasileiro com pena de seis meses a três anos de detenção. O conselho tutelar acompanhou todos os atos relativos a ocorrência.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Laguna: mais um foragido é recapturado em Laguna



Operações integradas em Laguna continuam dando bons resultados. Um foragido da Unidade Prisional Avançada (Upa) de Imbituba foi recapturado na última sexta-feira (02) pelos policiais militares e civis.
Após denúncia anônima, equipes das polícias  Militar e Civil passaram a  monitorar uma residência na rua Leoberto Leal, no bairro Progresso. Após levantamento das informações, foi abordado um suspeito, sendo constatado que o mesmo é foragido da Upa de Imbuituba. Com ele foi encontrada uma motocicleta Honda preta com placas de Laguna, objeto com registro de furto no dia 30 de agosto de 2011.

O homem foi preso conduzido à Central de Polícia para os procedimentos cabíveis.

Polícia Civil de Tubarão prende estuprador em menos de três horas após ser identificado

A Polícia Civil, através da Divisão de Investigação Criminal (DIC), de Tubarão, com o apoio da Central de Plantão Policial (CCP) de Tubarão, prendeu em flagrante Luiz Carlos Machado, vulgo “Nego Lú”, 28 anos, pelos crimes de roubo e estupro, na tarde desta segunda-feira (5), em Tubarão. 

O CASO
Para cometer o crime, o bandido simulou que estava com problemas no carro atraindo a vítima para que lhe prestasse ajuda. Foi então que “Nego Lú”, utilizando uma faca, rendeu Tamara da Luz de Sousa, 22 anos, roubando-lhe o celular. Ele a manteve sob seu domínio, levando-a até a localidade denominada de Área Verde, onde trocou o celular dela por drogas. 

Posteriormente, o bandido seguiu com o carro para Capivari de Baixo, onde estuprou Tamara. Após roubar vários pertences da vítima, “Nego Lú” retornou a Tubarão, parando às margens da BR 101. Neste momento, Tamara conseguiu fugir, chegando a um estabelecimento comercial próximo ao local, de onde acionou a Polícia Civil. 

Quando ela entrou em contato com os policiais, eles logo conseguiram localizá-la, visto que estavam nas proximidades já investigando o caso, registrado ainda como suspeita de sequestro pelo namorado. Este, que estava no telefone com a vítima, ouviu o acusado abordá-la e ela pedir socorro.  

Hospital promove bazar de mercadorias doadas pela Receita Federal

Marcado para os dias 17 e 18 de setembro (sábado e domingo), o primeiro bazar de mercadorias doadas ao Hospital pela Receita Federal. O evento acontecerá na Sociedade Recreativa Atlântico, no Bairro Magalhães, das 8 às 19 horas. Atendendo à exigência da Receita, será preciso apresentar CPF ou Carteira de Identidade. Eletroeletrônicos, roupas, material escolar, artigos de perfumaria, brinquedos e muito, muito mais estarão à disposição de todos. Participe!

Reunidos no último dia 26 de agosto, no Rio de Janeiro, Delegados de Polícia de São Paulo, Rio, Espírito Santo, Minas, DF, Paraná e Goiás emitiram nota de repúdio, denunciando os atos ilegais do Executivo Catarinense na área de Segurança Pública. O documento será entregue agora à imprensa, ao Conselho Nacional de Justiça, ao Conselho Nacional do Ministério Público e aos Poderes Legislativo e Executivo, das esferas estadual e nacional.

Reunidos na presente data, os Delegados de Polícia representantes das entidades de classe dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Distrito Federal e Goiás, vêm, de público pelo presente ato, formalizar seu REPÚDIO às atitudes tomadas pelo Poder Executivo do Estado de Santa Catarina em desfavor da sociedade catarinense.
Em que pese o fato de almejar, sob diversos aspectos, o Estado de Santa Catarina uma posição de vanguarda nacional, no que tange à administração da Segurança Pública, temos observado tratar-se tal Estado de foco de uma série de posicionamentos e fatos retrógrados, alguns inclusive compactuando com flagrantes ilicitudes e inconstitucionalidades, dentre os quais exemplificativamente elencamos:
- Lavratura de TCO pela Polícia Militar, delegando a profissionais não aprovados em concurso jurídico a formação de juízos de valor acerca de situações possivelmente flagranciais.
- Representações por interceptações telefônicas, buscas e apreensões e prisões cautelares por policiais militares, os quais não possuem tal atribuição, diretamente ao Poder Judiciário, afrontando a lei e a Constituição Federal.
Necessário frisar o episódio ocorrido no Estado de Santa Catarina, na cidade de Jaguará do Sul, onde um Comandante do Batalhão da área recusou-se a responder a um ofício que havia lhe sido remetido por Delegados de Polícia, referindo-se verbalmente, tendo sido tal discurso gravado, a estes e a um Representante do Ministério Público de forma extremamente ofensiva, devendo ser sua conduta apurada com absoluta lisura nas esferas criminal e administrativa.
Tratam-se os desvios elencados, somados a outros não menos reprováveis, de afrontas não somente à Polícia Civil/Judiciária, mas ao Estado Democrático de Direito, à Justiça e ao cidadão catarinense e brasileiro, bem como de motivo de profunda indignação das Polícias Judiciárias dos demais Estados signatários da presente nota, ao constatarem o quanto ainda há a ser reparado para que se desvencilhe o Estado de Santa Catarina de práticas inadmissíveis mesmo nos tempos em que a democracia ainda não passava de um sonho neste país.
Pelas razões acima mencionadas, as Entidades de classe signatárias do presente manifesto declaram sua posição de irrestrita reprovação às práticas elencadas e à omissão com a qual vêm sendo tratadas as ilegalidades mencionadas, resultando no desnecessário agravamento de indesejáveis conflitos institucionais.
A presente nota está sendo encaminhada ao Conselho Nacional de Justiça, ao Conselho Nacional do Ministério Público, bem como ao Poderes Legislativo e Executivo, das esferas estaduais e nacional, bem como à imprensa, esclarecendo que as medidas juridicamente cabíveis estão sendo providenciadas pelos Representantes da ADEPOL/SC.
Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Laguna: Ações Integradas captura foragidos da justiça

Uma operação da Polícia Militar, com apoio da Polícia Civil de Laguna, resultou na captura de dois foragidos do Presídio Regional de Tubarão, Sul do Estado.




A operação teve início após informações de um policial militar, morador da localidade de Pescaria Brava, que observou a presença de dois homens desconhecidos na região. Equipes de investigações da Agência de Inteligência (P-2) da PM e policiais civis passaram a monitorar o local.



Com as informações levantadas, foram presos os dois homens, foragidos do Presídio Regional desde o dia 23 de agosto. Eles foram abordados em uma residência abandonada na localidade da estrada geral de Pescaria Brava, em Laguna, ao Presídio Regional de Tubarão.

O direito à informação pública.


Em sua primeira sessão, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a resolução de que a liberdade de informação constitui o fundamento de todas as liberdades a que se dedica a ONU. De 1946 até hoje, o regime internacional de direitos humanos vem aperfeiçoando essa interpretação, a ponto de considerar a defesa e a promoção do direito à informação uma obrigação de todos os Estados. O Brasil garante o direito de acesso a informações públicas na Constituição Federal, mas não regulamentou, conforme padrões internacionais, de que modo esse direito deve ser exercido, na prática. O resultado é que órgãos governamentais não levam em conta o direito humano à informação no momento de divulgar ou classificar como sigilosa alguma documentação oficial.



No mundo, a compreensão da importância da regulamentação desse direito fez com que, nas últimas duas décadas, mais de 80 países aprovassem leis ou regulamentos nacionais de acesso a informações e dados públicos. Essas legislações se baseiam no princípio de que o Estado democrático funciona em nome de seus cidadãos. Portanto, informações e dados produzidos para a promoção do interesse público devem circular livremente.



Como oxigênio



Tais leis não passaram sem resistência nesses países, onde a mobilização foi importante para a aprovação de legislações progressistas. No Brasil, a resistência vem na forma da defesa do sigilo eterno, sob o qual documentos poderiam ter acesso restrito, por tempo indeterminado. O projeto delei de acesso à informação pública em discussão no Senado Federal, PLC 41/2010, extingue o sigilo eterno, estabelecendo o teto de 50 anos para qualquer restrição de acesso. Esse projeto foi intensivamente debatido, de forma ampla e participativa, na Câmara dos Deputados, e teve pareceres favoráveis de três comissões no Senado.



Na última comissão a apreciá-lo, os senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP) voltaram à questão do sigilo, afirmando que a liberação de documentos diplomáticos poderia ser uma ameaça ao Brasil. O Ministério das Relações Exteriores, no entanto, contrariou essa interpretação ao anunciar que não tem documentos que possam comprometer as relações internacionais do país e, inclusive, já se prepara para se adaptar às exigências da futura lei.



Não existe fundamento para defender o sigilo eterno. Boas leis de acesso à informação oficial consideram o acesso como regra e o sigilo como exceção temporária. O PLC 41/2010 segue essa premissa e traz uma lista exaustiva de casos legítimos em que a informação pode ser classificada como sigilosa. Qualquer informação mantida pelo Estado que esteja fora dos casos listados não poderá estar sujeita a restrição de acesso.



A sociedade brasileira não deve se curvar ao desconforto de autoridades que ainda não compreendem o funcionamento do Estado democrático. Faz-se urgente a aprovação de um marco regulatório que dê melhores condições ao combate à corrupção e ao acompanhamento das políticas públicas, permitindo que a informação oficial se torne efetivamente pública.



A informação é o oxigênio da democracia. Precisamos nos erguer para impedir que nossa democracia comece a sufocar.



Quando o cidadão assume o papel do jornalista.




O que é ser jornalista? Embora infantil, a pergunta torna-se pertinente no cenário contemporâneo, principalmente no Brasil, onde recentemente a identidade jornalística tem sido objeto de discussão de teóricos, seja pela não mais obrigatoriedade de diploma, seja pela emergência de novas mídias – pelos recursos multimidiáticos de celulares, por exemplo –, fazendo com que qualquer pessoa seja capaz de coletar, produzir e divulgar informações.



O celular e a internet tornaram qualquer cidadão em potencial repórter do cotidiano. Muitas vezes, o próprio veículo de comunicação utiliza dos produtos produzidos pelo usuário comum como fonte ou complemento para informar o público. Isto, grosso modo, só traz benefícios: o cidadão comum passa ganhar importância como aliado direto na produção da notícia.



Mais é preciso cautela. Isso não dá ao cidadão, mesmo quando testemunha ocular do fato, a condição de jornalista. O jornal A Tarde (BA) denomina repórter cidadão a pessoa comum que colabora com o periódico. Mas precisamos conceituar precisamente este potencial colaborador, que é cidadão, mas não é repórter. A proposta aqui não é desmerecer o cidadão que participa da produção do jornalismo, mas situá-lo como papel apenas de cidadão. A própria crise de identidade do jornalismo, com a derrubada do diploma, fazendo supor que qualquer pessoa possa ser jornalista, aliado ao recurso fácil de divulgação de conteúdo, através da internet, pode confundir se o cidadão é ou não jornalista; se o que ele produz é ou não jornalismo.



Relatos que beiram o bizarro



O jornalismo pressupõe a captura e a divulgação das notícias levando em conta o princípio da deontologia jornalística, o tratamento estilístico do texto e a hierarquização das informações. Por mais que o cidadão mande foto, vídeo e texto para a imprensa, ou mesmo os divulgue pela internet, ele não é um jornalista. E por não sê-lo, desconhece a ética da prática profissional, o que pode levar o cidadão, em algumas situações, a querer lograr proveito próprio em cima da informação que detém. Desta forma, tende a querer vender uma foto, um vídeo ou mesmo cobrar para ser entrevistado, quando percebe que possui a exclusividade. Isso coloca o jornalista numa situação delicada, sabendo da importância do material na mão do cidadão, mas da impossibilidade de consegui-lo; e sabemos que comprar informações, o chamado journalism check-book, não é eticamente adequado.



Sem esse cuidado ético, do senso de limite entre a informação precisa e o sensacionalismo, o cidadão tropeça em outra pedra por não conhecer os princípios da deontologia jornalística. Acaba produzindo material que vai muito além da informação necessária. Fotos, vídeos e relatos que beiram o bizarrismo, a falta de senso humanitário e o grotesco podem permear esses materiais produzidos pela gente comum do dia-a-dia. Quando o material é repassado para o jornalista profissional, este supõe fazer o tratamento pertinente do material amador; mas quando o próprio produtor resolve disponibilizar pela internet, por exemplo, a situação fica mais complicada.



Relação a ser delineada



O cidadão sabe de seu potencial caráter de repórter eventual que pode tornar. Testemunha o fato atentamente, vive com o celular em ponto para captar uma foto ou um vídeo de um acidente na rua ou mesmo algo hilário, exótico ou insólito. Mas nesse afã de produzir material exclusivo, talvez um senso jornalístico pode levá-lo a sórdida frieza. Em um acidente qualquer, as pessoas se preocupam mais em captar o fato com o celular que providenciar ajuda ou socorro. Num fato de interesse particular, a privacidade de outrem pode acabar sendo revelada pela falta de recursos éticos, que muitas vezes o cidadão comum desconhece.



O cidadão é necessário na produção dos jornais. É ele que compõe grande parte do material divulgado pela imprensa. Todavia, essa relação precisa ser claramente delineada, o cidadão jamais será um jornalista enquanto nesta condição for. Ele é um colossal colaborador do jornalismo, mas é preciso colocar cada qual no seu cada qual.