Segurança
Quanto vale uma vida?
Para o assassino da aposentada Dorvalina Mendonça,
de 71 anos, sua vida valia R$ 25,00. O valor era o que o acusado
acreditava que a idosa devia para ele. Mas o detalhe mais chocante é que
não existia dívida nenhuma.
12 de Janeiro de 2013 às 00:44min
Uma vida por R$ 25,00. Dorvalina Mendonça, de 71 anos, foi brutalmente assassinada nesta sexta-feira, na praia da Cigana, em Laguna. O acusado trabalhava na casa dela há cerca de quatro dias, como servente de pedreiro.
O motivo do crime: o homem queria receber o restante do dinheiro que faltava. Na verdade, Dorvalina contratou os serviços de um outro pedreiro, que chamou o homem que a matou para o ajudar.
Dorvalina acertou o pagamento com o pedreiro, que ficou encarregado de pagar o servente. O que foi feito, mas o repasse para o acusado pelo homicídio foi de apenas R$ 50,00.
Insatisfeito, ele foi cobrar o que faltava (R$ 25,00) de Dorvalina. Isto ocorreu durante a semana. Em várias ocasiões, ela avisou ao servente que já tinha pago para o homem que o havia contratado, portanto a cobrança deveria ser feita com o pedreiro.
Nesta sexta-feira à tarde, o acusado invadiu a casa da aposentada e a matou com três facadas. A idosa estava sentada na máquina de costura quando recebeu a primeira facada, nas costas. Ela ainda conseguiu levantar-se e foi golpeada mais duas vezes na altura do coração.
Dois vizinhos ouviram os gritos desesperados da mulher e correram para a socorrer. Quando chegaram na casa de Dorvalina, o assassino estava em fuga: pulava o muro com a faca na mão.
Um deles ainda foi ameaçado pelo homicida. A aposentada foi levada pelos vizinhos até a balsa, onde o Auto Socorro de Urgência (ASU) aguardava. No caminho para o Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos, Dorvalina não resistiu e morreu. A Polícia Militar foi acionada e prendeu o acusado em sua casa.
“Ele demonstrou muita frieza no interrogatório, o que torna claro que não tem qualquer remorso por ter mata a mulher”, relata o delegado Flávio Costa Gorla, que presidiu o flagrante. Dorvalina morava sozinha e deixa um filho adulto, que mora em Curitiba (PR).
Seis pessoas foram ouvidas na delegacia
Cerca de seis pessoas foram ouvidas pelo delegado Flávio Costa Gorla, que presidiu o flagrante da prisão do homem, de 31 anos, acusado de assassinar Dorvalina Mendonça, de 71 anos, nesta sexta-feira, na praia da Cigana, em Laguna. Dois policiais militares e três testemunhas civis deram a sua versão sobre os fatos.
Do total de testemunhas, duas são os vizinhos e a outra estava por dentro da cobrança que o criminoso fazia à vítima. A equipe da Polícia Civil trabalhou até tarde da noite para encontrar a faca usada no crime. O acusado foi encaminhado para a Unidade Prisional Avançada (UPA) de Laguna.
Ele já respondia um inquérito por outro assassinato, ocorrido em junho de 2011, em Criciúma. A vítima era um homem de 34 anos. Em uma discussão, o acusado usou um espeto e um pedaço de madeira para o matar.
Dois homicídios em dez dias
Em 2012, Laguna liderou o número de homicídios na Região Metropolitana de Tubarão, com 11 mortes. Tubarão ocupou o segundo lugar, com oito. Neste ano, já são dois assassinatos na Cidade Juliana. O outro ocorreu no dia 1º deste mês. Rodolffo Correa, 25 anos, foi morto a tiros no bairro Progresso.
