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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cecéu no topo da hierarquia do crime

O tubaronense cumpriu uma das maior penas no sistema carcerário catarinense. Foram quase 30 anos atrás das grades.
13 de Abril de 2013 às 01:38min
Imbituba

O inquérito sobre os atentados criminosos em Santa Catarina foi concluído pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). Com cerca de 3,3 mil páginas, o processo deve indiciar aproximadamente 100 pessoas suspeitas de estarem envolvidas com a onda de violência.
As investigações revelaram a hierarquia de uma organização criminosa existente dentro do sistema prisional catarinense. A maioria tem ligação com o Primeiro Grupo Catarinense (PGC). O tubaronense Sérgio Augusto Mendonça, o Cecéu, é um deles, e aparece no topo desta hierarquia.

Ele é classificado como membro do 1º Ministério. São dez integrantes vitalícios de fora e dentro dos presídios. As decisões finais sobre as ações da facção são tomadas pelo grupo.
Conforme as investigações da Deic de 14 de janeiro deste ano, Cecéu é um dos que foram expulsos do PGC por desentendimentos e traições. Também foi revelado que o 2º Ministério - chamado de conselho - auxilia nas decisões do 1º. O Ministério Público, que avalizou a investigação, compara o PGC com uma máfia.

Cecéu foi preso em fevereiro deste ano, pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Tubarão, em sua casa, no bairro Oficinas. No local, foram encontradas dez munições de calibre 38, uma balança de precisão e R$ 1 mil em dinheiro. A ação fez parte de seis mandados cumpridos dentro da operação para coibir a onde de atentados.
Quando detido, ele estava há de sete meses em liberdade. Bilhetes e cartas de uma organização criminosa e R$ 2.591,00 sem procedência também foram encontrados.

Saldo final dos atentados
Durante a onda de atentados em Santa Catarina foram contabilizados 113 ataques a ônibus, prédios da segurança pública, imóveis e carros particulares em 37 cidades do estado. Foram transferidos 40 presos para presídios federais, onde devem permanecer até que o sistema carcerário em Santa Catarina seja estruturado.

A trajetória criminal de Cecéu

O tubaronense Sérgio Augusto Mendonça, o Cecéu, possui uma extensa ficha criminal. É a pessoa que cumpriu o maior tempo de cadeia no sistema penal catarinense, quase 30 anos. No Brasil, poucos ficaram tantos anos presos em regime fechado. Durante mais de duas décadas, Cecéu passou por pelo menos 16 presídios e penitenciárias do país.
Ele foi um dos mais lendários assaltantes a banco. Em uma de suas entrevistas, em 2001, ele contou que começou a praticar pequenos delitos aos 13 anos. Aos 16, realizou seu primeiro assalto a mão armada, no Rio de Janeiro. Muito popular em Tubarão, Cecéu nunca escondeu o seu passado, nem os delitos que cometeu.

Em várias ocasiões, confessou que não havia justificativa para a sua entrada no mundo do crime. Ele já respondeu a processos por receptação, porte ilegal de arma de fogo, adulteração de veículos, tentativa de latrocínio e diversos roubos, entre outros. O primeiro assalto a banco foi praticado em Capivari de Baixo, em 1983.
Também já atuou em São Paulo, Florianópolis, Blumenau e Brasília, entre outras cidades. Durante um período, adquiriu fama de ‘bonzinho’ ao trabalhar e cursar a universidade.

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